Foi hoje às 11h da manhã e eu estou em estase para escrever isso para você. Eu estava arrumando a cama da minha mãe quando me deitei sobre algo. Por debaixo das cobertas eu a encontrei sem vida. Eu gritei, e chamei por seu nome e por um momento eu até ri, pois aquilo não era possível. Nem de longe fazia sentido, tudo que passou pela minha cabeça foi que a culpa foi minha.
Sim, minha Apaixonada foi embora. Minha mãe disse que pediu para descer da cama de casal, bebeu água e pediu para subir novamente. Ele dormiu um soninho eterno. Ela estava doente há anos, desde que nasceu, mas sempre pareceu forte e cheia de ódio — como brincávamos, pois, Apaixonada, Xonxon para os mais íntimos, — sempre estava de mau humor.
Me sinto culpada, não sei o que aconteceu. E até agora me pergunto se a culpa foi minha se eu me deitei na cama sem ver o que estava por baixo, ou se ela de fato já tinha pegado as malas e ido embora.
Estou destruída. Apaixonada tem uma canção que eu sempre cantava pra ela “Eu conheço uma gatinha, e seu nome é PaXonxon, ela é tão lindinha, ela parece um pão” sim eu sempre cantava quando eu a via. E ela odiava, na verdade odiava tudo e todos, mas ao mesmo tempo sabia que amava.
Ela dormia debaixo das cobertas entre as minhas pernas e eu aprendi a não mover um músculo, eu nunca a machucaria.
Eu nunca mais vou gritar XONXON para chamá-la e nunca vou sentir o quentinho do corpo dela nas minhas pernas de madrugada.
E lá se foi minha Apaixonada, minha Apaixonxon.
2016 — 2022
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